sábado, 4 de junho de 2011

Os 30 melhores poemas de Otto Dusquene, até agora - por ele mesmo (29)

Cotidiano

encontrar culpados é fácil
mas a situação se complica
quando o ambiente é o mesmo
quando as caras e os corpos
são os mesmos e as expectativas
diminutas

certamente isso não ajuda muito...
enquanto o preço da gasolina não se estabiliza

então,
suamos nossos trocados, tentamos tomar fôlego,
escapar da ARMADILHA, do GRANDE MAL,
do MONSTRO cotidiano do TÉDIO

inventamos histórias, escrevemos,
conversamos, trepamos,
mas nada disso importa muito
até nossa morte

então,
esgotadas todas as chances,
rasgado o pano verde, perdidos os dados,
nos damos por vencidos
e vamos ao primeiro bar para o último drink,
com o pouco de hombridade
que nos resta

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