sexta-feira, 3 de junho de 2011

Os 30 melhores poemas de Otto Dusquene, até agora - por ele mesmo (26)

a fé que os anima não é de modo algum a minha

as ruas estão cheias dos imbecis de sempre
sustentando vidas ordinárias
seus rostos crus são a prova viva
de que algo vai mal, muito mal
em tudo

mulheres pavorosas saem à caça
sem qualquer possibilidade de êxito
moscas sorvem em bordas de copos
restos de saliva e cerveja
o lugar rescende
aberto

antes que a noite termine
até o fantasma do velho Janso
chega, senta, ri e pergunta:
“o que há de novo, filho?”

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