terça-feira, 28 de junho de 2011

Anticlímax em meio a sapatos brancos sobre a amurada

“Você quer me matar, Dusquene”.

”Só quero que você se acalme, Marion. A enfermeira já vem. Cadê a droga da enfermeira?”

“Eu vou sair dessa maca”.

“O caralho que vai. Espere”.

“O que é isso? Você me empurrou. Você realmente quer me matar”.

“Porra, fique quieta um pouco. Cadê a enfermeira? Alguém, que seja...”

“Gina ele quer me matar! Gina, não me deixe só com esse homem! Gina! Gina!”.

“São 2 e 40 da madrugada. Vai acordar todo o hospital...”

“Gina! Giiinnaaaa! Giiiiiiiinaaaaaaaa!”

Uma enfermeira entrou no quarto, afoita.

“Quer dizer... O chamado pelo aparelho vocês não atendem, mas é só começarem os berros e logo correm...”.

“Que tem ela?”.

“Está alucinando devido a uma infecção”.

“Huum... Acalme-se, OK. Está tudo bem”.

“Você chamou sua amante, Dusquene. Estão de conluio para me envenenar”.

Não aguentei.

“Confesso ser uma das opções sobre a mesa”.

Marion arregalou os olhos e sussurrou para a enfermeira:

“Não lhe disse, Gina, estão todos combinados”.

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