quinta-feira, 24 de julho de 2014

a loucura desaba sempre no meio da noite fria

sonho poucas vezes e ontem sonhei que estava no corredor de um supermercado
ia tranquilo empurrando o carro, dobro um dos corredores e lá está ela: uma alienígena, oferecendo copinhos de uma marca de café

a alienígena tinha um olho retangular enorme, me perguntou:
"Gostou da viagem sr. Dusquene?"
"Que viagem?"
"Para Altam, logicamente"
"Que conversa é essa? Estamos nos ..."
a linha fina que era o lábio da alien se expandiu, um risinho talvez
(não sei como, mas eu sabia que era fêmea)
- quando ela falava a linha ia para os lados e só
tinha dois braços como nós, mas verdes e que acabavam em pinças roxas
não vi pernas, bem que tentei, o tórax, sem seios, ia direto ao chão
"Bem, o senhor pensa que está na Terra, mas está em Altam"
"Dispenso o café, quero um uísque puro duplo"
"Não há bebidas alcoólicas neste planeta"
"Ótima droga de notícia. Vou fundar a Máfia por aqui. Como é seu nome querida?"
"Styxxx"
"Sei, pornô"
"Como?"
"Deixa pra lá, Styll. Posso lhe chamar de Styll, não posso? Quando sair do serviço você não gostaria de me mostrar o seu planeta?"
"Adoraria"
"Certo. Vou dar um giro pelos corredores. Que horas você sai?"
"Daqui a 582 horas?"
"O que?!"
"Nosso dia aqui dura 1.385 horas terráqueas".
"Eu preciso realmente de uma bebida agora, Styll. Vou procurar o Al do pedaço e fundar aquela sociedade de que lhe falei"

antes a lua morta aos sábados

somos fortes, mas extremamente frágeis,
ridiculamente frágeis,
idiotamente frágeis,
mas sempre nos sábados nos fortalecemos
com alguma comiseração
e a necessidade de odiar quem nos odeia

não, não isso,
é só o esquecimento,
tudo se esquecerá...

porque iremos afinal...
mas iremos

é, baby,
as coisas mudaram pra pior,
fiquei meio órfão de mim mesmo