segunda-feira, 30 de novembro de 2015

em 200 anos fritamos o planeta

...

Bulforf tava na dele. No bar, em qualquer lugar. Via a morte nos olhos das pessoas, e nem ligava. O cara era realmente estranho. Mas era amigável, às vezes.

"Quer um drinque, Buff?"

"Aceito. Mas não me chame assim de novo, filho. Senão vai ser encrenca".

"OK. Manda um uísque aqui pro... (o rapaz olhou os olhos secos do homem) nosso amigo aqui da 4".

Bulford levantou, pegou o taco de sinuca e, com o cabo, quebrou a cabeça do garoto.

"PORRA, BUFF, QUE FOI QUE EU FIZ! CÊ TÁ NA MESA 4, CARALHO!"

Bulford olhou. É, tava mesmo.

Mas agora era tarde.

"Foda-se, filho. Você mereceu. Bem ou mal, todos merecem".

A ferro e fogo na brasa indormida

quando você
quiser uma cerveja, baby,
me procure

depois de ler o jornal,
de ver o que passa
no cinema,
no tédio da tarde,
me procure

eu,
esta catástrofe
certa, lagarto na pedra,
quentando ao sol

no calor da noite,
pensando em vinho
e azeitonas,
me procure

me procure
para as coisas mínimas,
inefáveis,
me procure, sempre,
caso não tenha nada
melhor que fazer