domingo, 19 de junho de 2011

A mulher que não tive porque perdida

"Vê aquela ali?". Olhei. "Ela é alienígena, cara. Veio de Zeta Reticuli ou coisa parecida. É doida. Ninfomaníaca". "É?". Olhei a dona mais atentamente. Era loura e tinha belos quadris e pernas. "Disse que seu objetivo na Terra é reprodução. Sabe-como-é, mistura genética. Diz que seu povo às vezes nasce com deformidades: três braços, duas cabeças...". "É?". O cara falava e falava e eu só olhando a dona. "Tem gente lá que também nasce com rabo...". Ele viu minha cara. "Não esse tipo de rabo. Todas nascem com esse rabo. Mas digo rabo mesmo, de macaco". "É?". "É, é estranho mesmo". "Pois quero ver essa dona nua". "Cara, ela é alienígena...". "Quero fazer parte da experiência. Só vou conversar amenidades, como andam as coisas lá em cima". "Cê é louco, cara?". "Só um pouco". Já estava indo quando a mulher se levantou. Havia algo atrás em sua calça jeans, uma protuberância arredondada que descia pelo rêgo da bunda. Era visível e todos faziam que não viam. "É", eu disse, "estranho, muito estranho". Desisti e voltei ao meu drinque. "Eu não disse? Eles estão no meio de nós, cara". O doido, então, riu seu riso de vitória.

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