quarta-feira, 13 de maio de 2015

O TEMPLO DA SUBLIME DOR E DO PERDÃO DE VALIKAALYA


Valikaalya encontrou um bom local de comércio e alugou duas lojas compridas e conjugadas. Era uma aposta de alto risco. Dois dias depois, com um púlpito de madeira e doze cadeiras, inaugurou O TEMPLO DA SUBLIME DOR E DO PERDÃO DE VALIKAALYA. Assim dizia a imensa placa na entrada. Os primeiros adeptos da seita (ou religião) começaram a aparecer no dia seguinte. Valikaalya advertia todos que O GRANDE ARQUITETO estava tremendamente aborrecido com a safadeza crescente na Terra. O GRANDE ARQUITETO decidira destruir o planeta. Porém, Valikaalya informou que poderia apaziguar O GRANDE ARQUITETO com oferendas, mas não com quaisquer oferendas. E neste diapasão a roleta girou. Em cinco meses,  O TEMPLO DA SUBLIME DOR E DO PERDÃO estava abarrotado de fiéis. Duas lojas laterais, menores, foram também alugadas, tendo as paredes internas quebradas para aumentar o espaço para mais cadeiras.

A tesoureira da seita era Bagoradhavana, irmã de Valikaalya. Este agora só chegava ao templo de carrão, ladeado por dois seguranças negros. Todo esse movimento começou a chamar a atenção da Receita Federal, já que Valikaalya registrara O TEMPLO DA SUBLIME DOR E DO PERDÃO como comércio comum, especificamente um bar-boate. Os fiscais vieram um dia pela manhã. Confiscaram o livro caixa, apreenderam computadores e documentos e encontraram US$ 25 mil, em cash, no cofre na SALA DO SUMO-SACERDOTE VALIKAALYA.  Ao saber do confisco e da apreensão, Valikaalya deixou escapar um “como só US$ 25 mil?...”. Depois, tudo foi esclarecido. Bagoradhavana havia escapado com US$ 450 mil para um paraíso fiscal e, de lá, para a Índia, onde estaria vivendo em concubinato com um dos seguranças do irmão, que teria levado a tira-colo.

Os fiéis continuaram chegando.

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