sábado, 13 de abril de 2013

Meu amor difuso que anseia


eu não tenho
talento algum
com números
as pedras não caem
a sorte não vira a meu favor

e, à minha volta,  pululam
papéis amarrotados de esquemas
falidos, descartados

os endinheirados
não precisaram abanar o rabo
- falo de trabalho, camarada -
já lhes deram os ossos da pata
de um boi alguma vez 

o homem comum
tem que gastar o solado dos
sapatos durante 30 anos
para ter um lugar
decente onde cagar
quando volta para casa

 e
esse homem comum
vai testando a sorte,
 que nunca vem, jamais,
até morrer de inanição

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