quarta-feira, 17 de abril de 2013

Chamada ao telefone, Bugsy


estamos metidos nisso
até os ossos
essa loucura medonha,
a insensatez de querer
viver não vivendo

trabalhamos em supermercados,
lojas, sapatarias,
escritórios, oficinas,
compramos pastas de dente,
sabonetes, papel higiênico

algo passáveis por fora,
por dentro, umas merdas infames

e seguimos assim
superando os dias, os meses,
como autômatos, presos
na engrenagem crucial,
até o começo do nada

"Dusquene, você não pode escapar,
não vai se safar de modo algum,
não tem conserto, rapaz"

é o fim, o fim apenas,
que vem vindo, devagar

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