sábado, 3 de dezembro de 2011

Em que me abala o que eu não tive por conhecer alguém dessa maneira estúpida

a bebida é um prazer
mas a ressaca é o demônio preso na garrafa
e, você, Otto, tem uma rixa com esse cara
e sempre sai perdendo no confronto

a cidade é um vício
assim como as mulheres e como era o cigarro
belas pernas, coxas, traseiro e seios
triste é ver tudo ir se acabando

não gosto de Natal, de dar ou receber presentes
não gosto do compromisso, de shopping center
da bonomia de rostos intrusos em minha vida
gosto é da solidão de mim mesmo,
ou melhor, comigo mesmo

essa obrigação, essa urgência da época
me causa engulho, certa vertigem até
Dusquene, você não está pronto para festas,
aliás, jamais estará...

não sei, realmente, como você sobreviveu a quatro décadas
e a mais de 15 empregos desconfortáveis, monótonos, erradios
como gatos pretos

a essa inescapável existência
do moto continuum
até o fim
o fim

Nenhum comentário:

Postar um comentário