domingo, 1 de maio de 2011

Sem título ou diminutum II

não consigo escapar da idiotia e do inconformismo humano
entranhados nas calçadas e avenidas em crostas.
por mais que eu me esquive: sempre os mesmos infelizes,
murmurando porque não tiraram o grande bilhete.

“Por que não eu?”,
Baby Blue me perguntou.
Era uma boa puta, mas tinha aquela verruga vermelha, enorme,
do lado esquerdo do nariz
Aquilo me causava tonturas, calafrios, noites sem sono.
Eu não soube responder, só queria escapar da mesa.
“Você não gosta de mim, não é Dusquene?”
“Eu não gosto de muita gente, Baby.
Não gosto de 99% das pessoas. 1% eu tolero porque bebe”.
“Você seria capaz de amar uma mulher como eu, Duc?”.
Olhei para o troço em seu rosto, querendo, buscando outra coisa, mas...
“Talvez, Blue, Talvez... Depende de várias condicionalidades...”
“Que porra é essa de condicionalidades...”
“Tudo na vida depende de condicionalidades”.
“Vá se foder, Dusquene! O problema é a verruga, não é?”
“Não deixa de ser uma condição”.

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