UMA LUMUMBA, rei de África
Um microconto do Otto Dusquene
Vicky Lane foi quem me mostrou a estatueta de UMA LUMUMBA na estante de seu apartamento. Era algo como um Buda preto, gordo, de grandes beiços, com orelhas enormes portando grossas argolas. Era feito de granito negro, me disse. Tinha 23 centímetros.
“Ela é afrodisíaca. Quem passa os dedos na boca do LUMUMBA tem uma ereção de cinco horas, dizem”.
“Opa. É disso que eu preciso...”, e fui logo estendendo a mão.
Vicky riu e parou minha mão no ar.
“Calma aí, engraçadinho, como é que EU VOU AGUENTAR as suas cinco horas de ereção”.
“Bem. Se eu roçar levemente os dedos na bocona do UMA talvez eu entese apenas uns 20, 30 minutos... e isso é mais do que suficiente para mim. Não sei se para você...”.
Outra boa risada de Vicky.
“Passe dois dedos apenas”, disse, por fim, séria, meio petulante.
“Isso dará uma hora de foda... no mínimo”.
“Pode passar”, ela disse, empinando os seios.
Sorri minha cara de sátiro.
Ela corou. A sacana.
Ergui vagarosamente minha mão bêbada até a estatueta.
UMA LUMUMBA, você é o cara!
VOCÊ É O CARA!
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