Uma manhã de verão esplendorosa sobre as rochosas
- Desce daí, Bulford.
- Eu vi a LUZ, Duc. Eu vi!
- Tudo bem, mas sai do parapeito dessa porra de ponte e vamos tomar uns drinques.
- Ela surgiu bem na minha frente,Duc. Uma luz clara como o sol. Quase me cegou.
Bulford sorriu mostrando os poucos dentes podres. Olhar vidrado.
- Certo, rapaz, agora desce daí e vamos conversar. Quero saber tudo sobre a luz, mas frente a frente com você. Realmente preciso de orientação na minha bosta de vida.
- Então, você que ser um seguidor da LUZ!
- Quero, quero muito.
- Então, sobe aqui, Duc.
- O caralho, você desce.
Bulford exultou. Havia conseguido seu primeiro discípulo.
Quando o mendigo pisou no chão, apliquei-lhe um direto no rosto, mas sem pegar forte.
- Seu merda filho-duma-puta. Tenho menos de quinze minutos pra chegar na porra do trabalho. Tenho de enfrentar esse calor de deserto e, como se o cu do meu dia não fosse suficiente, ainda preciso tirar você da buceta dessa ponte do cacete. Seu cu!
Bulford, massageando o rosto, ainda meio grogue, com uma voz enrolada disse:
- Mas Duc, você não quer mais seguir a luz? Ser meu discípulo?
Ele viu que eu não estava pra brincadeiras.
- Cê você falar mais uma vez desse caralho de luz, eu é que lhe empurro dessa droga de ponte.
Bulford me olhou atônito. Avançou devagar para a ponte. Deu uma olhada lá pra baixo.
- É bem alta, né?
Então eu me arrependi do soco que lhe dei. Não gosto de coisas fáceis.
- É, bem alta. Vamos. Eu lhe pago uns drinques no Salina's.
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