Quando entrei na casa, dei de cara com o pombal, numa das laterais. Na verdade, uma tela de galinheiro, armada entre pilotis de ferro, com uma dúzia de pombos atrás, fechando toda a varanda de Buba PopCorn.
"Mas o que é isso?", cheguei perto e levantei o braço para apontar para o troço.
"NÂO TOQUE NA TELA! ELES SENTEM O CHEIRO", disse Buba.
Era uma negra gorda, de 100 quilos.
"Eu não ia...Só queria saber por que?".
"Gosto de pombos".
"Eu de gatos".
"Hummm. Não fui com a sua estampa, garoto".
Olhei melhor. Havia alguns pombos dominantes, que corriam, espantavam os outros. Havia um cinza marrom. Perguntei se era o big boss.
"Esse é o Poncho. Aquela é a Suma. Esse branco é o Franco, só vive no chão. Asa esquerda quebrada. Esses maníacos do parque. Pode ter sido também um gato", e Buba me olhou desconfiada.
De repente, falou.
"Agora, franguinho, vamos transar".
"O que? Não, Buba. Vicky está para chegar. Ela é sua amiga. Não acho certo e...".
"Vamos transar já!"
"Mas eu não..."
"Já, Dusquene. Pro quarto..."
Fui empurrado, forçado, estuprado. Em agonia, eu arfava para seguir o script, enquanto os pombos se desbatiam no cercado estreito, assustados com alguma coisa ou com tudo.
Consegui, não sei como, mas consegui.
Dez minutos depois estávamos na sala, esperando Vicky.
Um toque na campainha.
"E ai", disse Vicky, "Vocês se deram bem? Gostou do Duc, Buba?".
Buba me olhou, séria. Bochechas infladas. Beiços grossos e curtos.
"Sei não. Ele é chegado a gatos".
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