nos meus 47 anos
a vida nunca me estendeu o tapete vermelho
sempre andei ao largo
retirando a ferrugem das engrenagens
lubrificando a maquinaria
apertando parafusos
esfolando as mãos
em arestas frias
mas ainda é tempo...
quem sabe um dia alguém me aponte na rua e diga
"é o Otto Dusquene, ele escreve uns troços bem sacanas"
porém,
enquanto aguardo,
esse trago forte não resolve a dureza da ilusão
nem a fatuidade do poema
nem isso, nem isso
muito menos isso
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