sexta-feira, 27 de maio de 2011

Os 30 melhores poemas de Otto Dusquene, até agora - por ele mesmo (1)

Os Porquês

por que essa urgência, essa premência
para magoar?
por que as ruas estão cheias de sonhos mortos
que esbarram em pessoas tristes?
por que essa falta de?
por que a ficha jamais cai na máquina?
essa fatalidade...
por que essa falta de qualquer coisa?
tanta ironia e impiedade
por que essa carência de sentimento?
ei,
ninguém sabe a quantidade certa de uísque
que traz a tal felicidade?
será que ninguém vê o que acontece nas ruas?
e por que tantos pobres e,
principalmente,
por que tão poucos ricos
com suas piscinas, carros, mulheres,
e garagens (quero o meu quinhão deste sonho)
e possibilidades
e tudo o mais?
por que esse
abandono
e essa insônia rubra?
porra,
por que ninguém me diz
nunca
"vai cara, você consegue".

Um comentário: