não entendo bem suas caras rudes,
sua apoplexia,
esperando talvez uma réstia de luz
em suas vidas mornas, inúteis
hoje é sexta-feira
os bares estarão cheios de nada,
amadores bebendo, mulheres lamentando,
tomados por velhas histórias e piadas
vão beber, urinar, rir, berrar
obscenidades para a lua
dentro da luz neon
da rua
pensam que isso é resistência, arte, mas não é,
eu não penso em nada,
mas é confortável ter o corpo
e a mente, cansados da semana,
finalmente livres
tirar os sapatos sujos
jogar meias, cueca e camisa no cesto de roupas,
uma toalha tampando o inferno,
estirar os dedos dos pés, grunhir um pouco,
e, por fim, dando tudo por consumado,
mamar uma cerveja, estalando de gelada
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