quinta-feira, 30 de abril de 2015

Teogonia às 2h43

à noite,
da janela,
vejo novamente
o edifício a distância

nele todo,
às 2h43,
luz em apenas
um cômodo

no penúltimo apartamento,
à leste

pergunto-me
por que aquilo

o mesmo cômodo,
noite após noite,
brilhante,
como farol
em tormenta

quem ali reside?
o perdulário
infame,
que não extingue
a chama

me faz pensar em
lhe tocar
a campanhia

certamente,
outro merda,
se levarmos em conta
a fauna
que nos cerca

de novo,
lá está ele,
crepidante,
o ponto iluminando
a imensidão
subsiste,
e não deixa
a noite
ser
o que deveria ser
- completa




Nenhum comentário:

Postar um comentário