então, iremos assim?
sem culhões, sem tesão nem verve,
sem emoção alguma, sem cheiro de mar,
vendo imagens de velhas imagens na TV,
cheirando à merda cotidiana
em que o máximo de novidade
é o estatelar de um copo na cozinha,
uma das bocas do fogão aberta,
ou a compra de um hamster por Sophie
iremos por calçadas desniveladas,
entre rostos vencidos e ignóbeis,
repletas de um vazio aterrorizante,
de homens-cagadas de esquecidas fodas
carregando os genes da inutilidade
assim iremos até o fim,
escarrando a secura da saliva,
bebendo a última talagada,
ardendo no veranico solvente,
respirando suor, sal e poeira,
ansiando sombra ou morte,
aquilo que melhor nos couber
como desfecho
mas sempre existe a possibilidade
de mais cerveja e do relax nesta tarde
se uma bela mulher for vista,
aí o mundo se ilumina,
só por ela
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