bom ficar aqui, no escuro,
lendo os barulhos longínquos
na noite de arranha-céus e viadutos,
na noite de trepadas e vômitos,
convulsões e berros infernais,
em que fico ouvindo meus próprios berros
que não saem
- bem, às vezes, saem
eu descanso,
sabendo que alguém,
neste exato momento,
extirpa um rim, sofre um acidente, recebe a lâmina
e
eu,
largo no sofá puído,
emborco o uísque,
pego outra azeitona
- é realmente desesperador
não poder fazer
absolutamente nada, agora
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