Conheci Brenda Clark no Finnegan´s.
Eu estava bebendo no fundo do bar. Aí ela chegou. Não em mim, no balcão.
Gostei do tipo. Boas pernas, bons peitos. Vestido vermelho estampado escuro. Sapatos altos, pretos. Enfim, uma mulher...pensei.
Ela me olhou. Eu olhei. Ela piscou. Eu fui. Sentei no banquinho do lado.
Pedi um scotch. Ela foi de martini. Classuda.
- E aí, como você se chama?
- Dusquene, madame.
- Humm. Finalmente um cavalheiro na cidade.
- É. Pra variar, baby.
- Não me chame de baby. Eu não gosto.
- Tudo bem. Ficamos por aqui bebendo uns drinks ou vamos pra um lugar melhor.
- Tenho um apê aqui perto.
- Um bom começo.
Fomos pro apê. Belo apê por sinal. As cortinas afastadas mostravam um bom panorama da cidade.
- Acho que posso me acostumar com isso – eu falei.
Brenda riu. Desta vez eu pisquei.
No fundo da sala cor de salmão havia um piano de calda. Muito distinto.
- Você toca?
- Quer dizer...piano? Oh, não! Parei no quinto ciclo. Optei pelo golfe. Cê tá me estranhando?
- Calma, benzinho.
- Não me chame de benzinho. Não somos íntimos a esse ponto.
- Mas podemos ficar...
Então Brenda apontou para o quarto (presumo que era um quarto) no final do corredor.
- Que tal?
Fui grosseiro.
- Dá pra beber mais um drink antes do troço?
- Não. Quero agora.
- Se é assim. Estão vamos.
O colchão era de água. Não tinha como. Eu bem que tentava, me esforçava, mas o negócio empinava. Dobrava minhas costas. A instabilidade do líquido.
- Mete, vai, mete fundo! - ela dizia.
Após muito suor, carquei e fui. Resfolegando, o colchão subindo, Brenda descendo, o suor empapando tudo, o fim de tarde, o calor, a maldita dor nas costas, joelhos, cotovelos e mãos sem sustentação, tudo balançando como pinheiro num vendaval, mas, por fim, os vizinhos acabaram escutando o tumultuar dos ahhhhhhhhhh, baby, benzinho,isso, éééé benzinhoooooo, babyyy, urfghhhahhhhhhhhhh que foi se propagando até o balcão do Finnegan’s.
É, o Finnegan´s, bom bar para começar uma foda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário