Num beco da Falcon Street, um homem esperava a saída do último cliente.
Seria ele? Viria por ali?
Um vulto surgiu na escada de três degraus do bar de paredes de tijolos aparentes. Sem dúvida, era ele, pela identificação que Murdoch passara naquele fim de tarde.
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- Hoje você não canta mais, Murder – dissera o detetive três horas antes - Se você tocar nesse telefone quando eu sair daqui, amanhã não terá aonde se esconder. O troço vai ficar estranho pro seu lado, entendeu?
- Não me ameace, detetive.
- Tome isso como um favor para mim. Mas, por via das dúvidas...
Black Lane arrancou, de pronto, o fio do telefone da parede e destruiu as junções da ponta com o pé.
- Por que você fez essa merda!? Eu não ligaria pra...
- Agora sei que não – disse o detetive.
Abriu a porta e saiu, deixando para trás um Murdoch desolado olhando para o telefone perdido, por hora.
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O sujeito caminhou por dez metros.
Ia superar o quarteirão do bar quando foi literalmente suspenso no ar e atirado dois metros para dentro do beco lateral. Bateu a cara numa depósito de ferro para lixo e rolou.
- Oh, meu Deus. Acho que quebrei o nariz... Puta-que-o-pariu.... Quem é...
Na sua frente o vulto enorme, envolto num sobretudo.
- Fildes Gramatius?
- Shhh... Esse não é meu nome nesta vizinhança... Por favor... Aqui sou apenas Joe Smith, que faz bicos como jardineiro... Você acabou com meu nariz...
- Nariz melhora, Fildes. O que não tem jeito é para a vida, que você pode perder agora se não disser com quem está a Máscara.
- Que máscara?
- Você sabe qual?
- Eu não sei de máscara nenhuma?
O vulto negro caminhou em sua direção.
- Espere... Espere um pouco - disse o falso jardineiro - A máscara. É, a máscara. Tem um sujeito chamado Mucahill, ele é traficante e, às vezes, me contata, para uns negócios...
- Que tipo de negócios?
- De venda de objetos raros.
Lane sorriu na escuridão.
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