sexta-feira, 21 de setembro de 2012

a cidade morre ao longe


ainda estranho
a falta de humanidade
estranho a insensatez que há em tudo
e esse silêncio,
em tudo

os gatos não fazem mais barulho nos telhados
suas brigas sexuais me acalmavam
não ouço mais os gatos
só o depressivo ladrar dos cães
ao longe

longas madrugadas
e nunca reparei no céu
estrelas são luzes mortas
gosto de apreciar os ruídos da cidade insone

sei que os hospitais estão repletos
sei que os bares estão cheios de não profissionais
sei que os vagões do metrô ainda funcionam
sei que nos becos há assassinatos e roubos
sei de tudo isso

só não sei que fim levaram os malditos gatos

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