sábado, 25 de agosto de 2012

Perto do Natal em ...

- Quando terei um Natal decente, Dusquene. Com peru, aquelas nozes e tudo...

- Para que você quer um Natal decente, All?

- Sei lá... Não sou de comer muito. Para variar. Tomar vinho do bom...

- Eu lhe pago uma garrafa. Não é preciso esperar até lá.

- Não é isso. Não é somente isso. Eu queria fazer uma surpresa para Mary. Uma mesa, com aqueles decalques de Natal nela, a árvore, as bolas. Também rever os netos... Não vejo meus dois netos há sete anos, Duc. 

Os olhos de All se encheram. Fiquei com pena dele. Ele passou as costas das mãos nos olhos.

- É o vício. Minha filha se afastou. Não a culpo. A porra da bebida me faz violento... E tem aqueles troços também. Cê sabe do que eu tô falando, né? Mary sofre um bocado. Fico doido e desconto nela. 

- É, eu sei. Você me contou uma vez...

Atalhei.

- E por que você não pega mais leve na birita, All? Tenha algum hobby. Vá ao hipódromo...

Ele riu. E eu sabia o motivo.

- Seria trocar um vício por outro.

- É, eu sei. Sei bem como é...









Nenhum comentário:

Postar um comentário