deitaremos cansados de nossas vidas
apegados a antigos hábitos e tiranias
faremos da velha casa um lar
os filhos crescidos, independentes
e veremos, enfim, nossos sonhos dissipados
e passaremos mais uma vez por bancas de revista,
sapatarias, bancos, iremos ao supermercado e
passearemos, agora velhos, por rótulos e enlatados novos
é a mínima ascensão que nos aguardar,
muito além da voz pastosa da funcionária da mesa ao lado,
que não para de falar de coisas tolas, nauseantes
e iremos assim até o final do dia, do mês, do ano,
até o final dos tempos, em demência e compaixão,
cheios de lembranças de sonhos não resolvidos
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