Faltam 15 dias para o Natal. Noto que as pessoas vão se tornando mais tensas. Vocês observa os carros mais velozes. A loucura tomar contar das ruas, O frenesi nos shopping centers, nos supermercados. As urgências devendo ser cumpridas. Ninguém permanece são por muito tempo nesta época. A raiva parece envolver a todos, até os pombos e os pardais. As ruas ficam cheias e as mãos ficam tomadas por sacolas de presentes que os pimpolhos irão destruir em um ou dois dias. Que beleza! A nervosia tornando os olhos esbugalhados, vermelhos, insones. O tremor da boca, de ódio do concorrente, do cliente a seu lado. A polícia mais presente nas avenidas para evitar assaltos e furtos. Os defumados e perus nos refrigeradores - ou não.
E Noel olhado com aquele risinho sacana por trás dos grossos bigodes brancos. É o único ícone da civilização moderna que zomba de todos, principalmente dos pais e dos avós. Só falta ele levantar uma das mãos e fazer o gesto universal.
Sou Otto Dusquene, estou longe do turbilhão. Assisto da arquibancada, enquanto os cristãos se dilaceram na arena.
Um Noel bêbado, esmulambado, barba solta em um dos lados, copo na mão, passa por mim na saída do bar, e reclama: "Esses filhos-da-putinha ainda vão me matar. Dez horas sentado, tendo que sorrir pra aqueles monstros".
Aguente firme, camarada, faltam só 15 dias.
Longos 15 dias, pensei.
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