quarta-feira, 3 de junho de 2015
Suplemento de um quadro arquétipo
Verônica V. pintou um quadro esquisito. Duas enormes prensas rosas e um caralhinho entre as duas. Desttoçadores. Manifesto feminista. Desova de útero. Ela recusou qualquer tentativa dos críticos de definir o objeto que pintara. Um pênis prensado. Verônica não queria comprometer sua obra com nada. Muito menos com substantivos e adjetivações. Aquilo era o que era. Olhei. Pensei ver no caralhinho um peixe claustrofóbico. Algo assim. Não disse coisa alguma a Verônica. Ela estava muito ciente do que queria para que eu interferisse. Sua arte estava bem acima de qualquer impressão ou imprecisão.
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