sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Um fato diário de mim mesmo
Os sujeitos ficam sentados no bar, esperando o resultado. Quando o
resultado sai, olham as pules e grunem "Que merda! Os números que deram
não se encaixam no meu sonho. Não mesmo...". E jogam novamente, na mesma
esperança vã de ganharem algum para a bebida, para comprar um charuto
do bom, para beber um uísque de responsabilidade. Vão todos num mesmo
prato da balança, que inevitavelmente pende para o prato da banca. Às
vezes, sobra um para algum. É a festa. O sopro de Deus no talonário das
pules. "Willfred ganhou na milhar. 14 mil. Esse Willfred tem o cu pra
lua!". Mas na grande parte (na maioria mesmo!) dos sorteios a banca
sagrasse vitoriosa. A banca, meu camarada, é o verdadeiro Deus, que
permite que você receba um alento ou vá sofrendo, grunindo e rasgando
pules verdes e amarelas pelas calçadas da Pomerode.
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