terça-feira, 26 de junho de 2012

Ruas

essas ruas cheias de nada
cheias de homens e mulheres náufragos
em ilhas pequeninhas, estéreis,
convivendo com a passagem do tempo,
temendo a própria passagem do tempo,
pessoas mortas, mortas...

eu, no meu bar momentaneamente predileto,
até que alguém queira fazer amizade
e eu tenha de me afastar dali,
observo a massa ignara, indo, vindo,
pobre como um espantalho 
de milharal

aquilo é uma visão repugnante,
e eu me calo, com o álcool
limpando a minha goela,
agora sem sede,
em paz


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