o poema vem imundo
como os becos mais sórdidos da city
sai como um bêbado ao final de uma noitada
vem trôpego, mas verdadeiro
o poema mente como uma puta,
lhe dá o que você implora,
mija morno na sua perna e pisca,
cínico, humano e eterno
como a pobreza
na city
o poema chega morto,
cheirando a séculos e ferrugem,
como o último dos últimos
copos no balcão do bar
mais fétido
é o poema,
o que devem esperar de mim
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